Neste mundo competitivo do mercado de trabalho, os profissionais precisam constantemente atualizar-se, não só em relação ao aprendizado em si, mas também em técnicas que os façam se destacar para os selecionadores, frente à grande demanda de desempregados em busca de recolocação.
O termo currículo, na atualidade, já está um tanto desgastado, principalmente porque a maioria das pessoas entende que esse é um documento autobiográfico, bastando apenas dele constar os dados pessoais, a formação, os empregos anteriores, e só.
Os profissionais de seleção geralmente têm dificuldade para descobrir diferenciais entre um candidato e outro, através do popular CV.
Com essa dinâmica de criatividade, surge o “portfólio profissional”, que até há muito pouco tempo era usado na área de comunicação, por publicitários, arquitetos e fotógrafos que criaram esse meio para expor os melhores trabalhos aos clientes. Hoje, já está sendo utilizado por profissionais de todas as áreas, como ferramenta para se apresentarem ao mercado de trabalho e aí se diferenciarem em relação aos demais candidatos.
O objetivo é de que, num processo de seleção, o “portfólio profissional” seja visto como diferencial competitivo, uma vez que ele revela visão mais ampla do desenvolvimento pessoal, acadêmico e profissional de cada um .
Com exigências cada vez maiores, as organizações, além do conhecimento profissional e acadêmico dos candidatos, interessam-se também pela vida pessoal deles, já que suas características de personalidade exercem influência, tanto no desempenho profissional, quanto no relacionamento interpessoal.
Sempre ouvimos falar de quão importante é inovar e investir em coisas diferentes; no entanto, na hora de criar um portfólio, é preciso ter certeza do que se pretende alcançar e de como torná-lo atraente ao selecionado. Daí a importância de incluir no portfólio, atividades pessoais, como experiências significativas que o candidato tenha vivido durante ou após sua formação.
Geralmente temos dificuldades em elaborar qualquer tipo de documento que fale sobre nós, porém, como não poderia ser diferente, o portfólio profissional deve nos remeter a um momento de reflexão e de autoavaliação, em que devemos destacar nossas habilidades e experiências pessoais, seguidas de análises e, muitas vezes, de observações que servem para complementar informações.
Para iniciar tenha em mãos:
– relação de empresas e de cargos pretendidos;
– atividades desenvolvidas em cada uma;
– realizações significativas (o que você conseguiu para a(s) empresa(s), de preferência com dados numéricos, concretos e datas de entrada e de saída das empresas;
– nome da instituição e data de conclusão de cursos ou de estágios feitos, lembrando que só se devem mencionar aqueles que concederam certificados;
Após os dados pessoais, fale de sua formação e de conhecimentos específicos em informática, e se tem domínio de algum idioma. Depois escreva um resumo que relate algum projeto de que tenha participado e, se possível, o resultado obtido. É muito bem vista a participação em trabalhos voluntários de organizações não-governamentais – ONGs – e de instituições de assistência social, pois há crescente preocupação por parte das empresas com o envolvimento dos candidatos em programas e em projetos sociais.
Após, dê sequência, relacionando as empresas por onde passou, não esquecendo de mencionar o cargo e as datas de entrada e de saída; em seguida, faça breve resumo das atividades que desenvolveu, lembrando que os dados devem ser disponibilizados, desde o mais recente até o menos recente.
Nas últimas considerações, é bom fazer menção das avaliações finais, quanto ao preparo do portfólio, expondo o que ele acrescentou e a importância dele para sua vida pessoal e profissional.
O portfólio é documento que revela se você é dinâmico e mutável, portanto, não deve jamais ser considerado concluído.
*M.Bernadete Pupo é coaching, consultora de RH, docente universitária e autora do livro “Empregabilidade acima dos 40 anos” (ed. Expressão & Arte). www.gestaoderh.com